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Além da Patogê: histórias para inspirar (2)

Essa editoria nasceu com o nosso Jornal Mural interno e veio parar aqui no blog também. Queremos conhecer nossos colaboradores quando não estão na fábrica ou no showroom, e ouvir histórias de vida que podem nos inspirar! 

Nesta edição, quem assina a coluna é o Rubens (52 anos), do setor de modelagem e diagramação.  Senta que lá vem história!

Paixão pela música

Tudo começou na infância. Ainda criança, vendo meu pai tocar o seu bandolim, um instrumento predominante no chorinho, tendo Jacob do bandolim (brasileiro), como o mais conhecido do gênero.  Meu pai era muito fã e tocava com uma habilidade extraordinária, o que o fez ficar muito conhecido na região e que, com certeza, me influenciou grandemente a dar os primeiros passos dentro da música.

Ganhei um cavaquinho que ele tinha achado no lixo e reformou. Eu comecei a aprender e a tocar e, com o passar do tempo, percebi que não era um instrumento que me fascinava. Estava faltando alguma coisa e, é claro, que não sabia o que era, mas segui em frente e, já na adolescência, tive o primeiro contato com um violão emprestado de um amigo do meu pai. Ali começava a desenhar a verdadeira paixão dentro da música, pois tive a oportunidade de começar a cantar tocando violão. Eu fiquei entusiasmado com a música e cheio de sonhos, meio desajeitado, pois estava aprendendo a tocar, mas feliz por entrar no mundo mágico que a música nos proporciona.

Então eu ajudei a formar uma banda de pop rock, já entrando na juventude, e achei que tinha encontrado o meu caminho. Comecei a tocar um instrumento chamado “baixo”, ainda muito desconhecido para mim, meio aos atropelos fui seguindo.

Então aconteceu uma mudança significativa na minha vida: em um desses ensaios na casa de um amigo, eu ouvi um som de um disco de vinil que mudou completamente a minha vida e eu fiquei tão fascinado que não conseguia pensar em outra coisa a não ser naquele som. Era uma voz poderosa, uma orquestra, uma banda e um coro com todas as vozes. Estou falando do rei do rock: Elvis Presley.

Ali, eu encontrei o que eu realmente acredito ter nascido musicalmente, porque a harmonia entre as várias vozes que eu ouvia, mexeu profundamente com minha alma e não parei mais de ouvir e buscar por mais e mais informações sobre aquele estilo de música e, é claro, que foi aí que o Coral me dominou por completo.

histórias para inspirar

Descobrindo a força do Coral

Então, já na juventude, entrei para o coro da Igreja Católica e fui aprender a cantar em grupo e em uma de nossas apresentações, que era uma missa de natal, a nossa líder trouxe sua irmã que cantava no Coral da Cemig.  E quando ela me ouviu cantar, me convidou para fazer um teste e, é claro, que eu fui cheio de sonhos. O teste foi horrível e eu errei tudo. Eu estava muito nervoso, é claro, mas o maestro viu um grande potencial na minha voz e suas palavras foram “você tem uma excelente voz para coral. Vou te ensinar tudo o que você precisa saber”. E Assim eu comecei a trabalhar muito com os exercícios e os ensaios, e descobri o meu verdadeiro caminho na música: a voz.

No Coral da Cemig (Coral Gremig), eu cantei em diversos encontros de corais em Belo Horizonte e em outras cidades, até que um dia, o maestro me fez um convite para um teste em seu grupo particular (Coral Villa Lobos), esse já voltado para fins lucrativos, porque além do lado cultural da divulgação do canto coral, ele também cantava em casamentos, formaturas, posses, eventos em geral e tinha cachê. Os casamentos eram os mais comuns. Eu, em princípio, atuava nos dois corais. Mais tarde fiquei só no Villa Lobos e quando tinha necessidade, a gente participava junto com o Gremig.

Mais tarde recebi mais um convite para outro teste. O coral Júlia Pardini estava selecionando vozes para participar de um encontro internacional de corais em Paris, na França, e é claro que me senti muito honrado de ter sido lembrado entre tantos que poderia estar lá participando do processo seletivo. Fui, trabalhei muito, mas lá existia músicos melhores e óbvio que, pela importância do evento, a seleção foi muito rigorosa, como deve ser e não consegui ser aprovado, mas voltei para casa com um sentimento de muito orgulho por chegar onde cheguei.

Mudanças de planos: nasce um projeto em Ibirité

Eu continuei trabalhando com o Coral Villa Lobos durante muitos anos, até as dificuldades da vida serem mais fortes do que minha paixão pela música e eu precisei priorizar os cuidados que eu tinha de ter com minha mãe. Eu já cuidava dela desde os meus 21 anos e nos últimos anos a saúde dela piorou muito, até ela chegar ao ponto de ficar acamada e eu cuidei dela até o seu último dia. E como eu tinha que estar mais por perto, resolvi colocar tudo que eu aprendi nos corais em Belo Horizonte e formar um coral aqui na minha cidade, Ibirité.

Então, reuni com alguns amigos que têm a música como grande inspiração e iniciei os trabalhos na minha casa. E com o passar do tempo foi tomando forma, porque as pessoas não tinham o conhecimento de como é cantar em um coral.

Para tal, é necessário trabalhar a técnica vocal, as divisões de vozes que no coral basicamente se divide em quatro, soprano (voz aguda feminina), contralto (voz grave feminina), tenor (voz aguda masculina) e baixo (voz grave masculina) e é onde eu me destaquei, porque minha voz mudou muito cedo e ela ficou muito grave e pesada, só que na época eu não sabia dominá-la, óbvio, mas com o tempo eu fui aprendendo com o maestro do Coral Gremig e Villa Lobos até um dia ele me falar a seguinte frase: “quando você está presente, o coral tem mais peso na harmonia”, assim, confirmando o que ele me disse lá no início: “você tem uma excelente voz para coral. Vou te ensinar tudo que você precisa saber”. E foi chegando mais pessoas para participar, uns ficaram, outros não, mas seguimos em frente e começamos a fazer as apresentações e, em uma delas, um assessor do prefeito da cidade, depois de nos ouvir cantar, nos convidou para fazer uma parceria com a Secretaria de Cultura do município.

O coral começou a alçar voos mais altos e estávamos nos preparando para representar o município em eventos fora da nossa cidade, mas infelizmente a pandemia nos forçou a fazer uma pausa. A música sempre esteve presente em minha vida desde que eu me lembro por gente, nos momentos felizes, nos momentos de rebeldia, de dificuldades e nos momentos de tristeza com a perda da minha mãe, que era a minha fonte de inspiração.

Nasce uma estrela na vida de Rubens

Em meio a toda essa trajetória, chegou a minha filha, o maior presente que um pai poderia receber das mãos de Deus e para transbordar mais ainda de alegria o coração de um pai, ela, com pouco mais de um ano de idade, já se interessava pelo barulho que o vilão fazia e ficava mexendo nas cordas. Aos cinco anos, entrou para um coral infantil e hoje, aos 22, já canta e toca violão e compõe suas próprias músicas. Tenho certeza que Deus preparou esse caminho e sou muito grato a Ele por deixar que a música entrasse na minha vida. Ela me acompanha nas lágrimas e também nos sorrisos.

 

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